sábado, 7 de fevereiro de 2015

São olhos turvos, mas verdes.



De um local onde ninguém nasceu ou morreu, ela surgiu!
A doce e ingênua garota de olhos turvos, mas verdes.
Não precinto dúvidas ou receios em seu olhar infantil.
São olhos turvos, mas verdes. 

Era 7 de março de 2000. O mundo poderia acabar, mas estávamos lá.
Renascemos, eu tinha certeza. Era o destino!
Haviam se passado 3 meses e 7 dias desde a catástrofe milenar.
O vento que quase assobiava por entre fendas no espaço tempo, agora se calava em meu retiro.

Oh! Gioconda, minha doce amada, como pode ser tão forte?
Os cachorros estão raivosos e ladram ao me ver,
mas me sinto confortado por esses gritos de vida, e não mais morte.
Finalmente seguro, deveria comemorar, afinal estou à viver.

O que não aceito, é a indubitável culpa de viver
a inexplicável angústia pelo clímax que atingira aquele MALDITO APOCALIPSE sem razão ou precedentes.
Oh! Meu lago, meu rio de felicidade, minha amada, mesmo em meio à caos e destruição, cuja sanidade a muito tempo veio à se perder,
ainda me lembro de nossas noites apocalípticas, meio à tumbas; meio à desordem. Mesmo sem ver o Sol por 3 vezes, ainda podia enxergar seus olhos. Eram olhos turvos, mas verdes...


Marcos Patrick  (Mártir)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Quadro à vida



Distante em um abrigo.
Enterrado morto e frio,
mas a certeza disso é trivial,
tanto quanto aparenta ser natural.

Poéticas gotas piparoteiam ao vento,
com dedos macios, tranquilos e serenos.
A calada da noite se aproxima e o trivial alento terreno se decompõe.
A tempestade está de volta, e o vento que antes impulsionava o gotejar de estralar,
agora acaricia minhas pálpebras vidradas nesse quadro ao qual eu estava à vislumbrar!

O quadro é a arte, a vida é arte.
Somos belas esculturas em um quadro impressionista, mas não sejamos enganados e atraídos,
pelo seu semelhante, porém mais turvo e forte amigo, o fauvismo!


Marcos Patrick (Mártir)