segunda-feira, 10 de março de 2014

Gotas


  

Pingava e pingava
as lindas gotas pela cidade,
enquanto eu imaginava
a densa e oportuna liberdade.

Pingava e pingava por todos os lados,
como se uma mensagem estivesse à ser passa.
Indagava o súbito suspiro dos ventos como aliados.
Toda aquela correnteza calma e leviana se extravasa.

Mas as gotas eram tão frias,
nesse calor infernal que alcançara estradas de dores,
sempre tortas e indiscretas, guiadas por odores,
com muitos caminhos e pocas saídas, 

Natureza, já não sinto mais meus braços e pernas.
Sinto que estou me afogando nesse berço caótico
de gotas que batem e batem entre traços e ofertas,
sucinto que continuo estando nesse terço da vida com ódio.

Quero voltar!
Quero sentir meu corpo.
Desejo lutar
até que respirar seja um estorvo.

Como sempre, acordo de um pesadelo
e meu rosto esta molhado.
Olho contente, porém condenado por um dia inteiro,
por gotas que caem do telhado.
No final, eu nunca estive acordado...


Marcos Patrick (Mártir)

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